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Donos e senhores da Europa: Real Madrid vence Dortmund e celebra 15.ª Champions

Hugo Filipe Martins
Updated
Real Madrid venceu 15.ª Liga dos Campeões da sua história
Real Madrid venceu 15.ª Liga dos Campeões da sua históriaAFP, Opta by Stats Perform
Não há pai para o Real Madrid. O Borussia Dortmund ameaçou o senhor Liga dos Campeões na final de Wembley, mas o desperdício frente a uma equipa tão habituada a estas andanças acabou mesmo por custar caro. Na segunda parte, o cabeceamento de Dani Carvajal, na sexta titularidade numa final da Liga dos Campeões, virou o jogo do avesso e Vinícius Júnior, já com o Borussia Dortmund descontrolado, sentenciou a partida e a 15.ª para o Real Madrid.

Recorde aqui as incidências da partida

Final da Liga dos Campeões em Wembley. Em bom inglês: "It can't be any better than this (não dá para ser melhor do que isto)". O Real Madrid, uma espécie de força suprema da Liga dos Campeões, procurava o seu 15.º troféu, enquanto o Borussia Dortmund, quase um segundo clube de tantos adeptos de futebol, tentava chegar à 2.ª orelhuda, depois de uma época que a nível doméstico não correu nada bem.

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Antes da partida, escreveu-se muito sobre esta final. As estatísticas, os homens que podiam decidir, as despedidas de Kroos e Reus, o efeito Real Madrid, a história de Joselu, a marca de Paco Gento, a prestação perfeita dos merengues nesta edição, as qualidades defensivas dos alemães. Artigos e artigos para adoçar o jogo mais importante de clubes em todo o mundo. Só que, por muito que tenha sido dito ou escrito, o futebol é imprevisível.

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Desperdício alemão

Apesar de ter chegado a tantas finais da Liga dos Campeões, o Real Madrid estreou-se em Wembley com uma aura e uma equipa que apontava o conjunto de Ancelotti como claro favorito. A passagem nos penáltis frente ao Manchester City, e especialmente a forma como o também alemão Bayern caiu aos pés do herói improvável Joselu, serviu para aumentar ainda mais esse estatuto de Senõr Champions, mas dentro das quatro linhas, lá está, não foi bem assim. Pelo menos na primeira parte.

Com menos estrelas (no onze e no palmarés), o Dortmund tinha prometido que não iria viajar para Londres para ver o Real Madrid ganhar mais uma Liga dos Campeões. Surpresa da competição, a equipa de Terzic, tantas vezes contestado ao longo da época, quis usar esse fator para fazer cair o gigante espanhol.

Os primeiros 30 segundos ficaram marcados pelas invasões de campo que deitaram por terra a teoria de uma segurança reforçada ao pormenor em Wembley, mas não foi só a segurança do estádio a ser surpreendida no primeiro tempo.

O Real Madrid usou a sua presença habitual em finais europeias para controlar o jogo com bola, mas o que se viu junto à área do regressado Courtois foi um descontrolo total. Só o poste e algum nervosismo natural de Adeyemi foram capazes de evitar o golo alemão.

Isolado de forma soberba por Hummels (como é possível não ir ao Euro-2024?), Adeyemi, que também não foi convocado, tremeu perante Courtois e permitiu o corte de Carvajal, mas se o lance não serviu para abrir o marcador, deu pelo menos para incomodar a defesa merengue, que passou por 10 minutos de sofrimento.

Nesse período, Courtois, que curiosamente também não estará na Alemanha para o Europeu, foi importante para segurar o nulo, mas não tanto como o seu poste direito, que tirou o golo a Füllkrug (23 minutos) na melhor ocasião de toda a primeira parte.

Se os atacantes alemães apareciam com frequência mas sem o acerto necessário, os adeptos do Real Madrid tinham motivos para perguntar pelo seu trio ofensivo. Vinícius Júnior foi o que mais se viu, mas só teve mesmo um drible como destaque positivo no meio de 45 minutos para esquecer, enquanto Jude Bellingham e Rodrygo passaram completamente ao lado. 

Estaria o Real a preparar-se para mais um dia europeu à Real?

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Mais habituado a finais é impossível

Quando as equipas recolheram aos balneários, não havia quem não pensasse num final à Real Madrid. Um golo aos 90', uma reviravolta supreendente ou um herói improvável. Joselu a sair do banco? Kroos para a despedida? E que tal um nome que figurou como titular em seis (!) finais europeias?

O mapa de calor de Carvajal
O mapa de calor de CarvajalFlashscore

Dani Carvajal não é propriamente o nome mais falado na equipa de Ancelotti, nem sequer o mais lembrado das últimas finais merengues, mas o espanhol, que até passou um período na Alemanha como jogador do Bayer Leverkusen, é daqueles jogadores fiáveis que não vacilam neste tipo de jogos. 

Depois de ter evitado o golo de Adeyemi na primeira parte, o lateral direito começou a aventurar-se também nas áreas adversárias. Depois de Kobel defender um livre direto de Kroos, foi Carvajal a aparecer ao primeiro poste para ameaçar o 0-1. Não deu, mas Terzic e a sua equipa técnica deveriam mesmo ter tomado nota daquele lance.

O posicionamento do Real Madrid
O posicionamento do Real MadridAFP, Opta by Stats Perform

Se o lateral espanhol está habituado a estas finais, o que dizer do Real Madrid? Ancelotti recuou a equipa junto da sua área, evitou os desequilíbrios do Dortmund e... deixou que acontecesse Real Madrid.

Do alto dos seus 1m64, Carvajal voltou a aparecer ao primeiro poste e virou a final ao contrário apenas um minuto após a entrada de Reus. Kroos, na despedida, fez a última assistência pelo Real Madrid ao colocar, de canto, a bola diretamente na cabeça do lateral (64 minutos), que bateu Kobel e deixou o Dortmund completamente perdido.

E foi aqui que se viu a grande diferença entre as duas equipas. Se o Real Madrid era capaz de encarar o golo sofrido como uma simples curva numa estrada rumo à conquista da Liga dos Campeões, o Dortmund viu o cabeceamento de Carvajal como o golpe final.

Completamente perdida, a equipa alemã dependeu de três defesas impressionantes de Kobel para segurar o 0-1, mas uma oferta de Maatsen para Jude Bellingham deitou tudo a perder. O inglês, que tinha passado ao lado da final, ofereceu o golo a Vinícius Júnior (83 minutos).

A história estava contada. Perto do fim, um golo de Füllkrug podia ter servido para animar a final, mas a posição irregular dos alemães foi mais um golpe para um Dortmund que foi perigoso, teve oportunidades, mas não mostrou, no momento decisivo, a fibra necessária para vencer a final. Já o Real Madrid, é mais do mesmo. 

Homem do jogo Flashscore: Dani Carvajal (Real Madrid)

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As estatOpta by Stats Perform