"Não vou fazer nada em particular. Tenho minha rotina e um pouco de superstição, porque me ensinaram que não tê-la é má sorte", riu o técnico Carlo Ancelotti, na segunda-feira (27), durante o Media Day organizado pelo Real Madrid.
É verdade que o italiano não tem muitas superstições, mas certamente parece que uma delas é incluir Jeremy de León nas convocações da equipe para as fases de mata-mata da principal competição continental.
O costume começou no jogo de ida das quartas de final, quando Los Merengues enfrentaram o Manchester City, de Pep Guardiola. A classificação foi dramática na disputa de pênaltis, após um empate em 1 a 1 depois de 120 minutos.
Com o resultado, Ancelotti decidiu repetir a fórmula, fazendo o jovem centro-americano viajar para a Allianz Arena, em Munique, para o jogo de ida da semifinal. O placar contra o Bayern foi de 2 a 2, o que reforçou a crença do italiano de que o jovem poderia ter uma certa aura de talismã.
Para não desperdiçar a boa sorte de Jeremy de León, o veterano maestro o convocou para a semana decisiva da temporada. O caribenho vem se preparando com o time principal para a final da Liga dos Campeões desde a segunda-feira, quando participou do treino aberto para a imprensa com uma bandagem no joelho direito.
Talento a ser lapidado
Mas há algo mais, além de superstição, que esse jogador possa trazer para a mesa? Durante o treinamento de uma hora preparado pela equipe técnica de Ancelotti, foi possível apreciar algumas das qualidades do jovem de León.
"Não é um hábito. Quando treinamos, queremos ter 20 jogadores e havia 19 disponíveis. Nos últimos jogos, levamos Jeremy porque, conversando com Raúl (técnico do Castilla), ele treina bem, é sério e traz muito para o treinamento. Ele é um jogador com muita qualidade", disse Ancelotti logo após levá-lo para Manchester.
A verdade é que, no pouco tempo de acesso da imprensa no treino, Jeremy mostrou visão de ataque, especialmente quando se tratava de finalização, marcando gols com a cabeça e com o pé, além de confirmar boas habilidades em desarmes e passes.
De acordo com José Luis Gual, integrante da equipe do Flashscore na Espanha e que cobre regularmente o time B do Real, o ponto fraco do jogador é a adaptação tática.
Mesmo assim, ele tem muito talento e grande margem de crescimento, sem deixar de mostrar diversas qualidades. Se ele melhorar seu físico e for mais organizado taticamente, terá tudo o que precisa para ter sucesso. Por enquanto, uma final da Liga dos Campeões o aguarda.