"O septo foi claramente deslocado. Mesmo tendo se recuperado, ainda está frágil. Pode ser considerada uma cicatrização completa em seis semanas", analisa o Dr. Jean-Pierre Paclet, ex-médico da seleção francesa nas décadas de 1990 e 2000. Ele considera "difícil" determinar com precisão uma data de regresso, mas indica duas condições.
A primeira é a respiração. "Os fenômenos secundários que aparecem durante o acidente, ou seja, a inflamação do nariz devido ao hematoma e o sangramento, devem parar", explica.
O Dr. Jacques Saboye, cirurgião plástico de Toulouse e membro da Associação de Cirurgiões Faciais, analisa na mesma linha. "O problema é a ventilação. Um atleta acostumado a respirar pelo nariz não consegue ficar 90 minutos respirando pela boca".
Mbappé se machucou na vitória da França sobre a Áustria por 1 a 0, na segunda-feira (17). Ele não deve jogar a partida de sexta contra a Holanda.
O Dr. Paclet insiste na necessidade de evitar todos os riscos nos treinos. "O uso de máscara sob medida permitiria encurtar o período até o retorno, garantindo um risco quase nulo de agravamento da lesão", indica.
Embora "usar máscara possa prejudicar parcialmente o campo de visão", lembra Paclet.
Kylian Mbappé não é o primeiro jogador a quebrar o nariz. Jean-Pierre Paclet lembra da lesão do zagueiro e capitão do Japão em 2002, Tsuneyasu Miyamoto. Lesionado no dia 25 de maio, ele pôde disputar a partida de abertura da Copa do Mundo, no dia 4 de junho, usando máscara.
Um protocolo que Jacques Saboye conhece bem. "Já operei o nariz de um jogador de alto nível. Três semanas depois ele pôde disputar a final da Copa da Europa", explica, sem revelar o nome do jogador.
Outros conseguiram até retornar mais cedo. O hispano-brasileiro Diego Costa fez isso em dois dias em 2016. Em abril passado, o goleiro polonês da Juve, Wojciech Szczesny, precisou apenas de seis dias para voltar aos gramados este ano, sem máscara.
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