A primeira rodada foi um show de horrores. As atuações coletivas e individuais em campo acabaram ofuscadas por arbitragens confusas, gramados ruins e acusações. Falou-se de tudo, menos do que realmente importava.
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Ah, mas agora o árbitro anuncia a decisão do VAR para o público inteiro, em alto e bom som. Problema resolvido.
Ao identificar o que há de errado, os clubes não pensam em soluções estruturais. Recorre-se à saída fácil do “roubo”, da “manipulação” — ou da inteligência artificial que prova tudo isso.
Profissionalização dos árbitros? Otimização do VAR? Decisões em conjunto para uma convivência harmônica e um campeonato sem turbulências? Jamais.
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Os clubes se mostram incapazes de formar a famigerada liga, que poderia encaminhar a situação em vários aspectos. Porque no fim das contas só se pensa no benefício próprio, nunca em uma evolução do campeonato.
É o meu time que não pode mais ser roubado, chega! E tome nota de repúdio. E aquele outro é o ajudado pelo sistema. Como em todos os anos, este é o discurso que vai imperar.
Enquanto isso, a CBF falha miseravelmente na valorização do produto. Quem quisesse assistir ao vivo aos 10 jogos da 1ª rodada conseguiria ver no máximo quatro, dada a péssima distribuição de horários. E será ainda pior no meio de semana, com praticamente seis partidas simultâneas.
O Brasileirão tem tudo para crescer e se tornar uma das principais ligas do planeta. Mas esse precisa ser o desejo dos organizadores e dos clubes, e ainda não é.
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