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OPINIÃO: Começo do Brasileirão escancara tudo que há de errado no campeonato

Guilherme Bianchini
Jair Ventura foi expulso no começo do jogo entre Atlético-GO e Flamengo
Jair Ventura foi expulso no começo do jogo entre Atlético-GO e FlamengoAFP
A CBF deu uma roupagem moderna à competição, com naming rights e tudo. Os clubes fazem contratações cada vez mais caras. Os perfis oficiais nas redes sociais estão cheios de piadinhas. Mas o Brasileirão, com potencial infinito, segue falhando nos elementos mais básicos.

A primeira rodada foi um show de horrores. As atuações coletivas e individuais em campo acabaram ofuscadas por arbitragens confusas, gramados ruins e acusações. Falou-se de tudo, menos do que realmente importava.

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Ah, mas agora o árbitro anuncia a decisão do VAR para o público inteiro, em alto e bom som. Problema resolvido.

Ao identificar o que há de errado, os clubes não pensam em soluções estruturais. Recorre-se à saída fácil do “roubo”, da “manipulação” — ou da inteligência artificial que prova tudo isso. 

Profissionalização dos árbitros? Otimização do VAR? Decisões em conjunto para uma convivência harmônica e um campeonato sem turbulências? Jamais.

Atl
AtlIngryd Oliveira/Atl

Os clubes se mostram incapazes de formar a famigerada liga, que poderia encaminhar a situação em vários aspectos. Porque no fim das contas só se pensa no benefício próprio, nunca em uma evolução do campeonato. 

É o meu time que não pode mais ser roubado, chega! E tome nota de repúdio. E aquele outro é o ajudado pelo sistema. Como em todos os anos, este é o discurso que vai imperar.

Enquanto isso, a CBF falha miseravelmente na valorização do produto. Quem quisesse assistir ao vivo aos 10 jogos da 1ª rodada conseguiria ver no máximo quatro, dada a péssima distribuição de horários. E será ainda pior no meio de semana, com praticamente seis partidas simultâneas.

O Brasileirão tem tudo para crescer e se tornar uma das principais ligas do planeta. Mas esse precisa ser o desejo dos organizadores e dos clubes, e ainda não é.

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