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O jogo apresentava-se como uma faca de dois gumes para o Tottenham: a vitória permitia ainda sonhar com a qualificação para a Liga dos Campeões, mas dava também liderança do arquirrival Arsenal à entrada para a última jornada. No entanto, uma derrota significaria o adeus à competição milionária, mas deixava o City a um passo de revalidar o título.

Com a hipótese de um inédito tetracampeonato ao virar da esquina, Pep Guardiola lançou Bernardo Silva e Rúben Dias no onze - Matheus Nunes não saiu do banco - para perseguir a história. Ainda assim, pertenceu aos Spurs a primeira oportunidade do encontro, com Ederson a negar o remate forte de Son. Na outra área, Hojbjerg quase dava ofereceu o ouro ao bandido, valendo a excelente intervenção de Vicario a remate de Foden.
Não houve grandes mudanças na toada do jogo até ao descanso, o City continuou o assalto à baliza londrina, valendo a excelente exibição do guarda-redes italiano a segurar o nulo. E quando não era Vicario, aparecia sempre alguém a evitar o golo na hora H. Como aconteceu em cima do intervalo, quando Van de Ven travou o remate de Haaland com a ponta da bota e, na recarga, Dragusin desviou com a cabeça o remate certeiro de Bernardo Silva na linha de golo.
Sem alterações ao descanso, De Bruyne tentou dar o mote à equipa com um remate forte no coração da área para mais uma excelente defesa de Vicario. Do outro lado, Son era o mais irrequieto e quase estragava a festa dos citizens, com Ederson a mostrar reflexos apurados.

Mas, como diz o ditado, tantas vezes o cântaro vai à fonte que um dia deixa lá a asa. E foi das duas asas que apareceu o golo inaugural, construído pelas três grandes figuras da época. Foden recuperou pela esquerda, cruzou sem efeito, mas na insistência, Bernardo Silva lançou De Bruyne na linha final, que tirou um cruzamento rasteiro para a pequena área, onde apareceu o matador Haaland a encostar sem oposição, aos 51 minutos.
Postecoglou mexeu de imediato lançando Kulusevski por Bentancur, que descarregou toda a sua frustação no banco de suplentes. Do outro lado, uma dura entrada de Sarr sobre De Bruyne deixou o belga muito combalido e Romero chocou de forma violenta com Ederson.
Ambos permaneceram no relvado, mas foram prontamente substituídos por Doku e Ortega, com o brasileiro a sair muito irritado. O guardião recém-entrado mostrou logo serviço ao evitar o golo do empate numa mancha a Kulusevski.
O Tottenham estava atrevido no encontro, aproveitando alguma falta de assertividade dos atuais campeões. A turma de Guardiola preferiu segurar a bola sem correr muitos riscos, mas de repente viu-se encostada às cordas pelos anfitriões, com Rúben Dias a acumular erros defensivos. A cinco minutos do fim, Akanji perdeu a bola, Son seguiu isolado para a baliza, mas Ortega voltou a brilhar com uma boa defesa com os pés.
O Toque de Midas do espanhol não se ficou pela baliza. A entrada de Doku era precisamente para explorar o contra-ataque e foi mesmo isso que o belga fez nos descontos, ao trocar as voltas a Porro que o derrubou na grande área. Castigo máximo assinalado... e convertido por Erling Haaland, num remate que não deu qualquer hipótese a Vicario.
Com este resultado, os skyblue estão a um passo de fazer história e sagraram-se tetracampeões da Premier League, um registo nunca alcançado na história da competição. Para isso, precisam de vencer o West Ham, em casa, no domingo, enquanto o Arsenal recebe o Everton. Já o Tottenham não vai além do quinto lugar e o Aston Villa celebrou o regresso à Liga dos Campeões.
