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A este ritmo, Carlo Ancelotti arrisca-se mesmo a ser considerado, no final da incrível carreira, o melhor treinador da história do futebol europeu, ou talvez mundial. O certo é que a vitória do seu Real Madrid sobre o Bayern de Munique confirmou, se é que era preciso uma prova, a sua relação especial com a melhor competição do continente.
De facto, independentemente do que possa acontecer no próximo dia 1 de junho, em Wembley, contra o Borussia Dortmund, Carletto é o treinador que mais vezes ergueu a Orelhuda.
Às duas vitórias obtidas no banco do AC Milan, nos anos 2000, há que acrescentar as duas Ligas dos Campeões conquistadas em Madrid, incluindo a tão desejada Décima graças à qual, na primavera de 2014, Ancelotti pôs fim ao longo jejum europeu da Casa Blanca que durava há mais de dez anos: porque o que é normal para o resto dos clubes europeus é uma enormidade para o Real de Florentino Pérez.
Provavelmente nunca será considerado um filósofo como Pep Guardiola, mas a verdade é que Don Carlo não se importa: "Qual é a importância do papel do treinador? É o treinador que tem de se adaptar aos jogadores que tem à sua disposição e não o contrário", disse e repetiu em mais do que uma ocasião.
Amigo dos futebolistas
Não é por acaso que, ao contrário do treinador catalão, conhecido por apertar ao máximo os seus jogadores, Ancelotti é querido por todos, mesmo pelos que jogam menos e que, no passado fim de semana, enquanto a maioria dos titulares já pensava no desafio contra o Bayern, venceram o Cádiz por 3-0, conquistando matematicamente a 36.ª LaLiga para o clube merengue.
Agora, no entanto, Ancelotti tenta atingir o estatuto de lenda depois de fazer história. Neste momento, o treinador partilha com Paco Gento o número de triunfos na Liga dos Campeões.
E sim, porque se é verdade que o lendário lateral esquerdo do Real ganhou seis Ligas dos Campeões como futebolista, às quatro celebradas por Carletto de casaco e gravata juntam-se as duas conquistadas com os calções e a camisola do AC Milan de Sacchi.
Sucessos aos quais se podem acrescentar as trágicas finais - que elevam o seu total para nove - perdidas com a camisola da Roma e no banco rossoneri contra o Liverpool. Em suma, um verdadeiro Rei das Taças.