Acompanhe as incidências da partida
“É uma equipa muito mais bem preparada no plano mental para as grandes competições, não só por aquilo que estes grandes jogadores conseguem fazer em grandes equipas da Europa - ganhando títulos nos campeonatos mais difíceis e a Liga dos Campeões -, mas também pela experiência de já terem disputado alguns Mundiais e Europeus. É o que me faz pensar que Portugal está mais preparado agora para poder ganhar”, disse à agência Lusa o ex-médio, que ajudou os lusos a alcançarem as meias-finais na estreia, em 1984.
Portugal está pela nona vez, e oitava seguida, na fase final do Campeonato da Europa e mede forças com República Checa (18 de junho), Turquia (22) e Geórgia (26) no Grupo F da 17.ª edição da prova, que se disputará entre 14 de junho e 14 de julho, na Alemanha.
“Felizmente, a nossa seleção está há já alguns anos no último patamar, ou seja, no mais alto. Porquê? Temos tido resultados para isso, uma boa organização, bons treinadores e grandíssimos jogadores. É isso que, mais uma vez, me faz estar muito otimista quanto a Portugal. Parece-me ser uma equipa mais consistente e, porventura, até mais preparada para conquistar um Europeu do que propriamente aquele que ganhámos em França (em 2016). Vamos ver. Eu tenho muita esperança de que Portugal consiga ganhar”, afiançou.
O conjunto orientado pelo espanhol Roberto Martínez chega ao principal torneio europeu de seleções invencível em partidas oficiais, após ter dominado o Grupo J de qualificação, com um máximo de 30 pontos, resultantes de um inédito pleno de 10 vitórias, à frente da também apurada Eslováquia, Luxemburgo, Islândia, Bósnia-Herzegovina e Liechtenstein.
“As pessoas julgam que derrotar as equipas mais acessíveis é sempre fácil, mas, muitas vezes, não é. Roberto Martínez soube incutir esse espírito na seleção nacional, daí estes resultados. Depois, trouxe dinâmicas novas. (O antecessor) Fernando Santos tinha a sua filosofia de jogo, mas esta é completamente diferente e os resultados têm estado à vista”, comparou Diamantino, autor de cinco golos em 22 internacionalizações, de 1981 a 1986.
Em janeiro de 2023, o ex-selecionador da Bélgica foi contratado para substituir Fernando Santos, que tinha conduzido Portugal aos seus únicos dois troféus internacionais a nível sénior, logrados no Europeu de 2016 e na primeira edição da Liga das Nações, em 2019.
“Como Roberto Martínez veio render o único selecionador nacional campeão da Europa, teria logo de ser uma herança muito pesada. Não que Fernando Santos não o tenha feito em certas alturas, mas este técnico tem dado aquele cunho ofensivo que me parecia que faltava à equipa. Sem apontar crítica absolutamente nenhuma a Fernando Santos, esta é a filosofia que se coaduna mais com as características dos jogadores que temos”, frisou.
Ex-médio de Benfica, Amora, Boavista e Vitória de Setúbal, Diamantino Miranda disputou três dos quatro encontros de Portugal no Europeu de 1984, que marcava o regresso das quinas às fases finais das grandes provas internacionais de seleções 18 anos depois da estreia absoluta, eternizada com um inédito terceiro lugar no Mundial-1966, em Inglaterra.
A equipa de Fernando Cabrita, coadjuvado por Toni, António Morais e José Augusto, foi segunda classificada do Grupo 2, com os mesmos quatro pontos da Espanha, contra três da Alemanha Ocidental, então campeã em título e vice mundial, e um da Roménia, mas perdeu com reviravolta nas meias-finais face à anfitriã França (3-2, após prolongamento).
“A importância foi como os descobrimentos: abrir caminho para que, mais tarde, viesse a acontecer o que se vê, que são presenças assíduas (nos torneios)”, finalizou Diamantino, de 64 anos, que também integrou a polémica prestação lusa no Mundial-1986, no México.