Possivelmente, o jogador mais superlativo a emergir do Velho Continente nas últimas duas décadas vai enfrentar a sua (possível) dança de despedida num grande torneio internacional na Alemanha, dentro de poucos dias. Cristiano Ronaldo vai para o Euro-2024 (14 de junho a 14 de julho) com o sonho de voltar a conquistar o título, como fez em 2016, e sabendo que o fim da sua carreira está muito próximo.
Ou, pelo menos, seria essa a lógica. Faz 40 anos em fevereiro de 2025 e já ultrapassou a idade média de reforma de um futebolista profissional. No entanto, o seu espírito competitivo faz-nos pensar se as suas lágrimas no Campeonato do Mundo de 2022, no Catar, quando foi eliminado por Marrocos, foram lágrimas de despedida ou simplesmente de frustração.
Espírito indomável, CR7 estreou-se na competição continental em 2004, em Portugal, chegando à final e perdendo para a Grécia (0-1). Desde então, não fez outra coisa se não bater recordes de competição - mais jogos (25), mais golos (14) e mais presenças (5), entre outros - e, na sua sexta participação, vai tentar aumentá-los.
É por causa dessa fome insaciável que ele sempre demonstrou que deixamos a "última dança" com alguns pontos de interrogação, já que, pelo que vimos, não descartamos a possibilidade de ele guardar uma última bala para gastar no Mundial do México, EUA e Canadá em 2026.
Números da juventude
Cristiano Ronaldo está a chegar aos 40 anos, mas eles parecem estar a passar-lhe ao lado. Continua a cuidar obsessivamente do seu físico e os seus números não desiludem. Esta época, bateu o recorde de golos numa só época na liga saudita, com 35.
Embora a sua façanha, mais uma de uma longa série, não tenha impedido o Al-Hilal de Rúben Neves e Jorge Jesus de vencer o campeonato, ele mostrou que continua ao mais alto nível, apesar da sua extraordinária longevidade.
O mesmo carrasco impediu-o de vencer a Taça do Rei, mas o português está sempre do seu lado nos grandes momentos. Essa é uma das razões pelas quais o selecionador português Roberto Martinez o mantém na equipa das quinas. A fiabilidade do avançado nas fases decisivas dos torneios - com 67 golos, é o melhor marcador dos play-offs da Liga dos Campeões - é inestimável para a Seleção.
Para a fase final na Alemanha, os seus companheiros de equipa esperam o melhor dele. Não é de admirar, uma vez que foi o segundo melhor marcador da fase de qualificação para o Euro, com 10 golos, atrás apenas do belga Romelu Lukaku (31), que marcou 14.
Como dizemos, a lógica sugere que esta será muito provavelmente a última dança com Portugal para a lenda do Funchal, mas o que vemos faz-nos pensar que ele quer aproveitar ao máximo, com o objetivo de jogar no Campeonato do Mundo de 2026.
