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Euro-2024: A dez dias do início, como estão os candidatos ao título?

AFP
Jogadores de Espanha no estágio em Las Rozas
Jogadores de Espanha no estágio em Las RozasRFEF
A dez dias do início do Euro-2024, os principais favoritos ao título estão em diferentes estados de forma, com a França enfraquecida pelos particlares de março, a Alemanha a progredir e a Inglaterra a contar com a sua dupla Kane-Bellingham para acabar com a seca de 58 anos.

Espanha: um ponto de interrogação

Duas vezes campeã continental, em 2008 e 2012, com a sua geração de ouro (Xavi, Iniesta, Ramos, Casillas, Villa, Torres, etc.), a Roja chega à Alemanha com uma equipa rejuvenescida, cujo desempenho continua a ser um ponto de interrogação. Após o fiasco do Campeonato do Mundo no Catar e a saída de Luis Enrique, o novo selecionador, Luis de la Fuente, trouxe calma e tranquilidade a um grupo que mantém alguns dos jogadores do Mundial, como Unai Simon, Morata, Rodri, Laporte e Dani Olmo.

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O antigo lateral do Athletic Bilbao tem vindo a introduzir sangue novo no plantel, incluindo Lamine Yamal, Pau Cubarsí e Fermín López, do Barcelona, bem como a trazer de volta jogadores que terminaram uma grande época, como Grimaldo no Bayer Leverkusen, Fabián Ruiz no PSG e Pedri, que parece estar a terminar a série de lesões que o impediram de jogar desde que De la Fuente assumiu o comando da seleção.

A Espanha não é uma das favoritas ao título, mas também não vai desistir de nada, como demonstrou ao vencer a última Liga das Nações.

França: esquecer março e redescobrir Mbappé

Depois de uma campanha impecável na fase de qualificação, os atuais vice-campeões mundiais sofreram uma experiência humilhante em março, quando perderam por 2-0 com a Alemanha e obtiveram uma vitória sem brilho por 3-2 contra o Chile.

O astro Kylian Mbappé, que não vem sendo muito aproveitado no final da temporada pelo PSG, mas que agora tem o seu futuro oficializado no Real Madrid, deve concentrar-se em recuperar a boa forma para tentar levar os Bleus ao terceiro título continental.

Inglaterra: apostar em Kane e Bellingham

Finalista do ano passado, a Inglaterra conta com uma excelente geração de jogadores para conquistar o seu primeiro título desde o Campeonato do Mundo de 1966. Harry Kane, apesar de uma época sem títulos na Alemanha, provou no Bayern Munique que é um dos melhores marcadores da Europa, e o jovem prodígio de 20 anos, Jude Bellingham, foi um dos líderes do Real Madrid na conquista da Liga dos Campeões e do campeonato espanhol.

Resta ao selecionador Gareth Southgate encontrar a fórmula para acabar com o jejum de títulos da seleção inglesa.

Alemanha: continuar a progredir

Os anfitriões encerraram o seu annus horribilis em 2023 com derrotas com a Turquia (3-2 em Berlim) e a Áustria (2-0), o que levou o técnico Julian Nagelsmann, no cargo desde setembro, a tomar decisões drásticas, dispensando vários titulares e convocando Toni Kroos.

Duas vitórias de prestígio na janela de março (2-0 em Paris e 2-1 contra os Países Baixos) deram confiança aos alemães, que sonham em reviver o ambiente de 2006, quando a "Mannschaft" chegou às meias-finais do "seu" Campeonato do Mundo.

Itália: muitas dúvidas e fragilidade na defesa

A Itália sofreu até ao último minuto do último jogo de qualificação (0-0 contra a Ucrânia) para garantir o seu lugar no Campeonato da Europa, onde defenderá o título conquistado em Wembley em 2021.

Ausente dos dois últimos Campeonatos do Mundo (2018 e 2022), o seu nível continua a ser um ponto de interrogação. Sob a orientação do treinador Luciano Spalletti, o técnico que levou o Nápoles ao histórico título do Scudetto em 2023, a Azzurra venceu os seus dois amigáveis em março, mas contra equipas de segunda linha (Venezuela e Equador).

A Itália chegará à Alemanha enfraquecida na defesa, com Francesco Acerbi e Giorgio Scalvini de fora por lesão.

Portugal: adeus a CR7?

A desilusão da eliminação nos quartos de final do último Mundial, frente a Marrocos, parece ter sido digerida e a mudança de treinador - Roberto Martinez substituiu Fernando Santos - serviu para voltar a motivar uma grande geração de jogadores que passou a fase de qualificação com uma série inédita de 10 vitórias em 10 jogos.

Oito anos depois do título continental conquistado em França, Portugal e o incansável Cristiano Ronaldo sonham com a repetição do êxito, naquele que será o 11.º grande torneio do avançado de 39 anos, e que poderá mesmo ser o último.